Microbioma Intestinal e a Saúde
- By Fran Jayananda
- 27 de set. de 2017
- 5 min de leitura
Quando nos alimentos, estamos alimentando também os microrganismos que compõe a nossa microbiota/flora intestinal – temos um ecossistema interno que pode atuar em estreita relação de SIMBIOSE: troca mútua que favorece a saúde do corpo como um todo integrado!
Afirmações científicas atestam que temos mais bactérias no corpo do que células! E já se registra que esse número de micro-organismos seja até dez vezes maior do que a quantidade de células do organismo.
Estas minúsculas criaturas, em torno de 100 trilhões, afetam o metabolismo, a imunidade (defesas do organismo), a disposição geral (síntese de neurotransmissores-serotonina) e a própria libido (via hormonal)!
Somos um conjunto de células e bactérias que atuam de forma interdependente e em mútua cooperação, quando favorecido por hábitos saudáveis.
A saúde orgânica está diretamente relacionada com o intestino e o equilíbrio da microbiota - as bactérias que revestem as microvilosidades intestinais!!

Microbioma intestinal em equilíbrio representa harmonia e bem-estar para todo o organismo: por isso a PAZ começa no INTESTINO. Entenda o porquê:
INTERAÇÃO BIOLÓGICA ENTRE INTESTINO E CÉREBRO
A saúde do cérebro está intima-MENTE conectada ao microbioma intestinal, como afirma o do Dr. Perlmutter, neurologista e membro do Colégio Americano de Nutrição: “Talvez nenhum outro sistema em nosso corpo seja tão sensível a mudanças em nossas bactérias intestinais quanto o sistema nervoso central, em particular o cérebro” (Brain Maker – Amigos da Mente. Ed. Schwarcz).
Como se dá está relação entre intestino, microbioma e cérebro?
O intestino possui um Sistema Nervoso Entérico, que é formado pelo mesmo tecido que forma o Sistema Nervoso Central durante o desenvolvimento fetal, e que se comunicam por meio do nervo vago.
De fato, o intestino possui seus próprios neurônios e por isso também é chamado de 2º cérebro!!!
Estas células nervosas do intestino são responsáveis por regular hormônios, produzir neurotransmissores (como a serotonina), e controlar as células de defesa (sistema imune). Na realidade, o intestino possui o seu próprio sistema imunológico (tecido linfoide – GALT). Isso faz muito sentido, visto que o intestino é a barreira do nosso organismo em relação ao mundo externo – pois tudo o que vem de fora e que ingerimos, passará do intestino para o sangue (e o intestino é uma membrana semipermeável de fácil penetração); assim, é preciso ter um sistema de defesa para monitorar e alertar quando na presença de corpos estranhos (antígenos) e toxinas.
Os Neurônios do Sistema Nervoso Entérico controlam e regulam o sistema imunológico: o intestino tem seu próprio sistema imune (o tecido linfóide associado ao intestino – sigla GALT em inglês). Este representa 70 a 80% de todo o sistema imunológico do corpo humano! Isso diz muito sobre a importância do intestino para nossa saúde.
RELAÇÃO DO SISTEMA IMUNE COM PROCESSOS INFLAMATÓRIOS
Na presença de corpos estranhos/antígenos e toxinas, o sistema imunológico é ativado para combater o agente agressor. Age liberando substância inflamatórias, pois a inflamação é na verdade um mecanismo de defesa e cura do organismo - indica que algo precisa ser combatido. O processo inflamatório aumenta o aporte de células brancas em resposta a agressão (química, física ou biológica).
"O sistema imunológico opera de maneira ideal quando está em equilíbrio. E é importante entender que todas as formas de doenças encontram sua raíz em processos inflamatórios fora de controle, e que é o seu sistema imunológico que controla esses processos inflamatórios" (Dr. Perlmutter, David).
FATORES QUE ATIVAM O SISTEMA DE DEFESA (Sistema Imunológico)
Muitos podem ser estes fatores, tais como vírus e bactérias patogênicas; partículas e moléculas químicas não-biológicos (xenobióticos) tais como aditivos químicos (corantes, conservantes, edulcorantes), agrotóxicos e pesticidas (inclusive contidos em derivados animais alimentados com rações transgênicas), metais pesados, drogas farmacológicas – sobretudo os anti-bióticos que alteram a flora intestinal. O stress crônico também aumenta a inflamação, assim como as toxinas alimentares.
O próprio desiquilíbrio da flora intestinal pode levar ao aumento de toxinas decorrentes do subproduto do metabolismo de bactérias patogênicas – quando estão em proporção desequilibrada em relação as bactérias benéficas (situação de disbiose - desequilíbrio da flora intestinal).
Estas toxinas ativam o sistema imunológico que responde com o processo inflamatório!
A ativação constante do sistema imune por toxinas e agressores, leva a estados de inflamação crônica, que são a raiz de uma gama de patologias.
Um sistema imunológico em constante ativação (hiper-ativado por toxinas xenobióticas) pode levar a um estado de INFLAMAÇÃO CRÔNICA que está na gênese de muitas doenças degenerativas tais como obesidade, diabetes, câncer, depressão, autismo, asma, artrite, colite ulcerativa, esclerose múltipla, Parkinson, Alzheimer e doenças coronarianas (Dr. D. Perlmutter , Brain Maker).
Complicações como as alergias também ocorrem quando o sistema imunológico reage de forma intensa. Assim como as doenças auto-imunes – que é quando o sistema de defesa do organismo ataca as próprias células, por estar em desiquilíbrio e já não reconhecer as proteínas normais do corpo como parte de si.
VOCê SABIA?
QUE 80 a 90% de toda serotonina do corpo é sintetiza pelas células nervosas do intestino: É como dizer: bactérias intestinais felizes, intestino saudável e você feliz!
A produção do neurotransmissor serotonina reduz estados de ansiedade e depressão.
Uma alimentação equilibrada também pode contribuir (e muito) para a adequada produção de serotonina, e assim promover o bom humor e uma percepção positiva perante a vida e seus desafios.
ALIMENTOS QUE FAVORECEM A SAÚDE INTESTINAL
Alimentos vegetais vivos e orgânicos, ricos em fibras que servem de alimento para as bactérias benéficas. Ao metabolizar estes alimentos as boas bactérias produzem ácidos graxos de cadeia curta (ácido butírico) os quais mantém a integridade do revestimento intestinal. As FIBRAS contribuem para o crescimento de bactérias saudáveis no intestino e atuam como prebióticos.
Os Fermentados (kombucham, kimchi, kefir. chucrute - vide post complementar) que ALIMENTAM/nutrem a microbiota saudável e proporcionam bactérias probióticas para a dieta. Evidências indicam que a fermentação de alimentos já era praticada por chineses a 6 mil anos atrás, sendo estes um povo longevo de conhecimentos e saberes milenares.
Outros alimentos que favorecem o trânsito intestinal:
Figo: laxativo natural! Alto teor de potássio, cálcio e magnésio.
Pêssego: estimulante digestivo, laxativo e diurético. Purificador dos rins e da bexiga. Ricos em potássio, cálcio e sódio. Fortemente alcalinos.
Ameixa: forte efeito laxativo (mas em excesso podem irritar os rins). Ricas em potássio, cálcio, magnésio, fósforo e ácidos orgânicos.
Maça: excelentes purificadoras do intestino. Rica em magnésio, ferro, sílica e potássio, as maças são boas em curtas monodietas desintoxicantes.
Banana: efeito regulador do intestino grosso. Auxília no tratamento tanto da diarreia quanto da prisão de ventre. Podem ser consumidas assadas com canela – bom substituto para doces!
Romã: laxativo moderado, com efeito purificador e refrescante do organismo. Ricas em sódio e vitaminas B, C e um pouco de vitamina A.
Folha de mostarda: alto conteúdo de enxogre, fósforo, cloro e potássio. Efeito levemente laxativo.
Quiabo: útil para o tratamento inflamação intestinal (baba que reconstitui – cebolas também benéficas as mucosas – efeito purificador), também auxilia na digestão. Grande conteúdo de cálcio. Pode ser consumido cru!
Espinafre: nutritivo para o sistema digestivo e excretor. Estimula naturalmente a ação do peristaltismo intestinal favorecendo eliminações.
Abóbora: Laxativa e diurética. Rica em sódio orgânico, potássio, magnésio, ferro e fósforo (de efeito também alcalinizante do organismo). O cozimento aumenta o conteúdo de carboidratos em mais de 50 por cento. Pode ser consumida crua picadinha. Também pode ser batida em Smoothies.
by Franciele Lenz
Comments