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FOME OCULTA: nutrindo afetos

  • By Jayananda Fran
  • 16 de abr. de 2019
  • 3 min de leitura

Diferente de uma fome orgânica que surge de necessidades nutricionais, a “fome oculta" vem de desejos por sensações - uma forma de buscar alívio e anestesiar os sentidos, mascarando muitas vezes emoções não processadas. Quando o alimento se torna a única válvula de escape, sentimentos passam a ser descontados na comida, o que pode levar a Compulsões Alimentares.

Este impulso de comer movido por desejos e emoções pode estar relacionado a uma sensação de que FALTA ALGO, e a comida parece uma forma de PREENCHER UM VAZIO, mesmo que momentâneo.

É a FOME EMOCIONAL quem vem da ansiedade, do stress, da tristeza e de inumeráveis outros motivos subjetivos, que encontram no alimento uma ROTA DE FUGA rápida. Mastigar algo dá uma sensação de ALÍVIO - imediato sim; mas muitas vezes seguido de frustração e arrependimento pelas consequências dos excessos - "todo excesso indica uma falta/carência"! Refletir nisso já pode trazer muitas respostas!!

Excessos alimentares surgem como IMPULSOS "incontroláveis" - são REAÇÕES que emergem de condicionamentos e hábitos arraigados há tempos.

O alimento acaba se tornando uma recompensa que remete as nossas memórias mais doces de infância, quando éramos acolhidos e acarinhados por pratos suculentos, deliciosos, que pareciam encher mais do que a barriga - aqueciam também o coração!

Percebendo esta forte associação do alimento com aspectos afetivos, é compreensível que a reação mais instintiva frente as emoções em desiquilíbrio e questões mal resolvidas do dia a dia seja recorrer ao alimento como compensação. Uma forma de atender demandas emocionais-afetivas. Comer se torna algo automático para aliviar as tensões da vida.

Também existe um aspecto bioquímico envolvido na dependência de certos alimentos, como é o caso de açúcares e farináceos: após consumidos ATIVAM receptores químicos vinculados a áreas do cérebro que liberam opiáceos endógenos – substâncias químicas semelhantes a morfina que induzem uma sensação de prazer e euforia! Cria-se então um ciclo vicioso de emoções em desiquilíbrio que geram desejos, que atuam como gatilhos para o comer desatento-compulsivo.

Ou seja, esses alimentos refinados altamente calóricos e pobres em nutrientes, geram uma dependência química pelo estímulo que produzem no organismo - acionam o primitivo mecanismo do SISTEMA LÍMBICO de prazer-recompensa, e que não pondera aspectos qualitativos daquilo que se está ingerindo – comer por impulso e como forma de alívio se torna automático!

Esses "cavalos de tróia açucarados" entram no corpo trazendo um pico de animação e energia, para logo em seguida saquearem as reservas de nutrientes do organismo a fim de serem metabolizados: é aquele legítimo prazer que não compensa, sabe!

Nesse automatismo, a falta de CONSCIÊNCIA sobre os atos é o que nos torna reféns de comportamentos alimentares nocivos. Para romper com este ciclo vicioso e iniciar transformações de hábitos é essencial perceber O QUE MOVE O ATO DE SE ALIMENTAR: quais são os sentimentos e emoções associados (pode-se inclusive fazer um exercício de anotar estas reflexões, fazendo como que um "Diário Alimentar relacionado as emoções").

Mas certamente existem outras formas de aliviar as tensões que não seja descontando na comida. A auto-observação de si mesmo pode ajudar a identificar atividades e ferramentas para lidar com estas questões.

DISTORÇÃO DE PERCEPÇÃO

Quando se está sob EFEITO DO STRESS ou em desiquilíbrio/conflito das emoções, a PERCEPÇÃO das comidas fica EXAGERADA e o PALADAR FICA ALTERADO... as comidas mais calóricas e os alimentos processados cheios de aditivos são mais estimulantes e identificados como mais gostosos por provocar uma resposta sensorial mais intensa.

Quando se está BEM consigo mesmo, em paz, emocionalmente estável, o paladar se equilibra e estas comidas parecem bem menos irresistíveis quanto pareciam antes. Fica a dica!

ØBUSCA EQUILIBRIO INTERIOR (Meditação = medir a AÇÃO)

Desenvolver uma Alimentação Consciente é também estar presente em toda ação, seja de comer ou beber. Observar e perceber os estímulos emocionais (ou outros ditames, como conveniências sócias, apelos da mídia etc) que estão influenciando as escolhas alimentares!

Quanto optamos por um alimento em detrimento de outros, estamos também fazendo uma opção que terá impactos sócio-ambientais. Toda ação é uma escolha que pode ser feita de forma consciente e sustentável, visando o bem-estar coletivo: já que estamos integrados a esse grande ecossistema que funciona de forma interdependente.

O Equilíbrio interno, das nossas emoções e pensamentos, gera motivação para adotar e manter um Estilo de Vida Saudável e em Harmonia com a Vida & a Natureza!

O conforto que o alimento traz é passageiro; mas a sensação de vazio que pode permanecer são indicativos de necessidades que vão além do aspecto puramente físico e mental-emocional. Pode ocultar uma vocação de contribuir com algo a mais e indicar a necessidade de desenvolver um ESTADO DE SER mais PLENO, conectado ao transcendente - algo que traga um SENTIDO, um significado maior a Vida e que preencha a alma: felizes os que encontram na missão de servir o significado da vida!

O AMOR é o maior alimento da ALMA! E o servir, a maior gratificação!!

 
 
 

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Franciele Lenz

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